A Bout de Souffle

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Ele devolveu o jornal para ela.
- Não quero, não tem horóscopo.
- O que é "horóscopo"?
- É o futuro. Eu quero saber o futuro. Você não gostaria?
- Claro.
E mudaram de assunto. Ou não.

Kin do dia:
Kin 70 - Cachorro Harmônico Branco

Potencializo com o fim de amar
Comandando a lealdade
Selo o processo do coração
Com o tom harmônico da radiação
Eu sou guiado pelo poder do infinito
'A verdadeira amizade comanda a lealdade do coração, no centro de meu ser.'

Eu (de novo)

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Talvez tenha sido a dor nos pés que tenham me feito pensar que tomar banho e dormir era o melhor que eu fazia.
Fiquei sonhando com o friozinho na barriga. Com as frases banais que nos causam arrepio, que nos fazem pensar a noite inteira que a vida é uma graça mesmo.
Acordei cedo demais. Machuquei os dedos com as chaves dos cadeados por que são tantas chaves e tantos cadeados que a gente acaba por testar todos antes de conseguir abrir.
E fiquei ansiosa que mais daquela graça acontecesse em minha vida...
Estou querendo ouvir aquelas coisas geniais que se ouve quando alguém fala alguma poesia, ou conta a cena de um filme... Estou querendo ouvir uma música que fale de nós todos com graça...
Eu sempre querendo tanto certas coisas que a lógica faz arrepender.
Se eu pudesse acordar tarde, tomar um café com leite, ver a TV pela manhã, depois sair para buscar alguma coisa legal, eu buscava você e pedia "fica comigo até o próximo café da manhã?". E então nós poderíamos trocar poesias e rir do frescor de tudo.
Sou só eu, achando que posso mais uma vez...

Minha grande ternura
Pelos poemas que
Não consegui realizar.

Manuel Bandeira

Expressão

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

por Paulo Leminski

quinta-feira, 24 de setembro de 2009



Nem tudo aqui foi escrito por mim...

Se ao menos endoidecesse deveras!
Mas não: é este estar entre,
Este quase,
Este poder ser que...,
Isto.


Álvaro de Campos

Tarot

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O tarot disse que tudo vai se resolver.
Eu acredito!



When things are big
That should be small
Who can tell what magic spells we'll be doing for us.

domingo, 20 de setembro de 2009

Eu escrevi no meu armário há uns muitos anos atrás "quem reclama do que não tem, não aproveita o que tem". Tão sábia eu era e não sábia.
Tão ignorante eu sou que nem sei...

Um texto batido...

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Na minha infância, a gente se reunia e pensava em alguma coisa legal para fazermos juntos. Teve uma vez que pegamos pedaços de madeira e pintamos com guachê para vender para as velhinhas passantes. Não vendemos nenhum, mas pelo menos a gente curtiu.
Agora não, agora a gente não curte nada e tem que vender tudo... E é tudo muito batido.
A gente acorda e faz a mesma seqüência de movimentos todos os dias. Desliga o despertador, cochila mais cinco minutos, senta na cama, coloca a pantufa, vai até o banheiro, faz xixi, escova os dentes, lava o rosto, vai pro quarto, liga o computador, troca de roupa, checa os emails, desliga o computador e sai de casa para pegar um trânsito mediano.
E nem trocar de roupa torna as coisas melhores, por que a gente tem aquelas mesma roupas de sempre. E daí a gente gasta mais mil reais em alguma loja e depois de uma semana são as mesmas roupas de sempre...
Tudo batido.
O pessoal acha que faz poesia, mas só fala a mesma coisa. Todo mundo acha que sofre bonito, que ama bonito...
T.S. Eliot já dizia "poetas imaturos imitam, poetas maduros roubam". Por isso que eu não me atrevo a rimar porcaria nenhuma. Mais. Se quiserem ler poesia bonita eu escrevo. Escrevo Álvaro de Campos, Leminsk, Bukowisk, Vinicius de Moraes, Drummond... E estou certa que todos eles por serem bons, também já estão batidos.
Essa história de saber que existe uma grande sabedoria sobrevoando nossas cabeças e que somos todos ignorantes tentando ser boas pessoas nesse mundo, blé, está muito, muito batido.
Hoje eu vou tomar alguma coisa e esquecer que tudo é igual, que todo mundo é igual e amanhã vai ser igual. Espero que vendam alguma bebida que não seja batida.

Conheça as pessoas pelo que elas fazem e não pelo que elas dizem. As palavras são como cartões de visita, sempre bem bolados, uma beleza. Porém, na prática é que as pessoas demonstram verdadeiramente a que vieram.

#sabedoriasdohoróscopo

Voar, voar!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009



Depois de ouvir Blackbird, transcrevi uma cena de "Pássaros" do Hitchcock para a aula de roteiro.
A vida é bela...

De passagem

terça-feira, 15 de setembro de 2009

No balcão de informações da rodoviária.
- Oi.
- Olá! Boa tarde.
- Será que você pode me ajudar?
- Pois não.
- Eu namoro há sete anos...
A balconista franze a testa.
- ... meu namorado, não sei, anda estranho.
- Olha senhora...
- Não, eu explico!
- Pois não.
- Ele não está estranho agindo estranhamente comigo, ele está estranho como se eu o sentisse estranho sabe?
- Senhora, nós não...
- Mas não que o problema seja comigo, sabe? Eu ando bem acertada, como nunca antes.
- Por favor, senhora.
- Desculpe, mas é que está me tirando o sono, não saber o que fazer. O que você acha?
- Senhora, tem algumas pessoas na fila.
Ela olha para trás.
- Estou vendo, você vai me ajudar?
- Será que a senhora pode esperar?
- Posso... (...) Posso! Muito obrigada!
Ela sai.
A balconista fica estática por um instante, depois dá de ombros.
- Próximo, por favor.

As pessoas querem ser objetivas...
Mas os sentimentos são subjetivos...

Eu estava em casa, mas alguém tocava o violão lá fora mesmo assim...

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Da janela, que havia entre opostas fachadas
Se via uma mesma calçada
Botando opostos pra andar

Vem o tempo, passa mão de tinta na gente
Janela que é velha não entende...


La, la, la, la, la, la, la, la...

Aonde será que está o que eu quero dizer?

À Lascívia

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Descobri-te aos poucos, quase tarde, em minha vida. Inconscientemente santificava-te, desconhecida. Olhava-te de relance por entre minhas vontades na multidão. Sonhava-te minha, úmida e secreta. Tocava-te devagar por sobre a roupa, mas não me entendiam os passados e, pois, chegamos como somos nesse futuro.
Num gole qualquer, embriaguei-me de tua saliva e deite-me, tremendo, ao seu lado... Rasgou-me por dentro, bendita, abriu-me a alma para o mesmo novo de todos. E então, perdi-me. Insana, busquei-te nas brutezas dos fracos e nas promessas dos tolos.
Amei-te loucamente como se só em ti houvesse deleite...
Então descobri o ópio das tardes da juventude e quase me esqueci de onde vieras. E então parei, exausta, descansando em teu lado puro.
Lembro-me das tuas vestes vermelhas, o suor que escorria, a dor... Sinto-te intensa ainda quando viajas em minha memória. E é na volúpia de seu toque que não começa nem finda, que adentrarei às madrugadas, bradando ansiada, amor!

Adoça

raciocinei muito meus pulsares
endureci um pouco desse lado...
embruteci?
resgato-me, doçura discreta
olhar de poeta
amar por amar...

home, sweet lone

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Work, sweet home.

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